PAPER 94: Projeto de País (EU SOU BRASIL!!!)
Tema: “OBAMA e Conselho Brasil-Nação”
“Não é porque as coisas são difíceis que não ousamos. É porque não ousamos que as coisas são difíceis…”
Sêneca – Sec.I
O discurso que o ex-presidente dos EUA Barak Obama pronunciou a formandos de 2020, em plena pandemia (disponível no “site” www.conselhobrasilnacao.org), deixou-lhes três conselhos que alertam a toda a humanidade e nos servem de orientação.
(…) “Já que eu sou um dos velhos, eu não vou lhes dizer o que fazer com esse poder em suas mãos. Mas vou deixá-los com três conselhos.
Primeiro, não tenha medo. A América já passou por tempos difíceis antes — escravidão, guerra civil, fome, doenças, a Grande Depressão e o 11 de setembro. E todas as vezes nós saímos mais fortes, normalmente porque uma nova geração, pessoas jovens como vocês, aprenderam com erros do passado e descobriram como deixar as coisas melhores.
Segundo, faça o que você acha que é certo. Fazer o que parece bom, o que é conveniente, o que é fácil — é assim que crianças pensam. Infelizmente, muitos adultos, incluindo alguns com títulos e trabalhos importantes, ainda pensam dessa forma — por isso as coisas estão como estão.
Eu espero que, em vez disso, você se fortaleça com valores que duram, como a honestidade, o trabalho duro, responsabilidade, justiça, generosidade, respeito. Você não vai acertar todas as vezes, você vai errar, como todo mundo erra. Mas, se você ouvir a verdade que está dentro de você, mesmo quando for difícil, mesmo quando for inconveniente, as pessoas vão reparar. Elas vão gravitar em sua direção. E você será parte da solução em vez de parte do problema.
E, finalmente, construa uma comunidade. Ninguém faz coisas grandes sozinho. Agora, com as pessoas assustadas, é fácil ser cínico e pensar somente em si mesmo, ou em pessoas da sua família, ou que pareçam e rezem como você. Mas, se nós vamos passar por esses tempos complicados; se vamos criar um mundo onde todos terão a mesma oportunidade de trabalhar e pagar uma faculdade; se nós vamos salvar o meio ambiente e lutar contra futuras pandemias, então teremos de fazer isso juntos. Então fique ciente dos problemas dos outros. Lute pelos direitos das pessoas. Deixe para trás todos os pensamentos que nos dividem — sexismo, preconceito racial, status, ganância — e coloque o mundo em uma direção diferente.
Quando precisar de ajuda, eu e a Michelle fizemos da missão da nossa fundação ajudar pessoas jovens como vocês a aprender a liderar em suas próprias comunidades, e a conectar vocês com outros líderes jovens ao redor do mundo. Mas vocês não precisam da gente para falar o que vocês devem fazer. De muitas formas, vocês já começaram a liderar. Parabéns, classe de 2020. Continue nos dando orgulho.”
Estamos construindo a comunidade do Conselho Brasil-Nação há 30 anos. É muito tempo em relação ao que foi realizado? Não! Muito foi realizado pela comunidade, cuja missão é reparar erros históricos, estabelecer objetivo para um país, ser aceita pela Nação e sem hesitar, assumir posições renovadoras .
Os conselhos do ex-presidente Obama estão presentes em nossas atividades desde a fundação do Conselho Brasil-Nação, e seguiremos em frente.
O jornal Valor Econômico de 28/08/2020, em seu encarte EU & FIM DE SEMANA divulgou a relação dos principais executivos de empresas privadas, brasileiros no comando e com sucesso, a seguir relacionados, bem como suas respectivas organizações empresariais.
“Para merecer o título de Executivo Valor em meio às incertezas econômicas de 2019 e antes do grande teste da pandemia em 2020, os presidentes de empresas precisaram demonstrar capacidade de estar à frente do que o mercado pede, habilidade de construir times e alta performance, cuidado com a reputação organizacional, olhar atento à gestão de inovação e incentivo à transformação digital.” (…)
(…) “Os 23 executivos premiados foram eleitos por 16 consultorias que fazem parte da Association Of Executive Search And Leadership Consultants (Aesc), organização global do setor de recrutamento do alto escalão. Para guiar a escolha, Valor Econômico definiu alguns critérios como imprescindível: o desempenho da empresa no ano anterior, capacidade de o CEO achar oportunidades de crescimento e inovação, a imagem da companhia, a reputação do profissional no mercado e sua habilidade de adaptação.” (…)
A seguir os executivos:
Alexandre Birman, 44 anos, CEO da Arezzo & Co;
Antonio Filosa, 47 anos, presidente da Fiat Chrysler Automobiles América Latina (FCA);
Antonio Joaquim de Oliveira, 53 anos, presidente da Duratex;
Bruno Serapião, 48 anos, diretor-presidente da Hidrovias do Brasil (até fevereiro de 2020);
Christian Gebara, 47 anos, diretor-presidente da Telefônica Brasil (Vivo);
David Vélez, 38 anos, presidente do Nubank;
Denise Soares dos Santos, 51 anos, CEO BP – Beneficência Portuguesa;
Edu Lyra, 32 anos, CEO da Gerando Falcões;
Fabio Venturelli, 54 anos, presidente do grupo São Martinho;
Frederico Trajano, 44 anos, CEO do Magazine Luiza (Magalu);
Gabriel Braga, 37 anos, CEO do QuintoAndar;
Guilherme Benchimol, 43 anos, CEO da XP Inc.;
Gustavo Werneck, 47 anos, CEO da Gerdau;
Harry Schmelzer Jr., diretor presidente da WEG;
João Paulo Ferreira, 52 anos, presidente da Natura;
Luis Henrique Guimarães, 54 anos, diretor-presidente da Cosan;
Marcos Lisboa, 56 anos, CEO do Insper;
Miguel Setas, 49 anos, CEO da EDP Energias do Brasil;
Paulo Sérgio Kakinoff, 45 anos, presidente da Gol;
Pedro de Godoy Bueno, 30 anos, CEO da Dasa;
Renato Franklin, 40 anos, CEO da Movida;
Roberto Marques, 53 anos, presidente-executivo do Conselho de Administração e CEO do Grupo Natura & Co (desde janeiro de 2020);
Walter Schalka, 60 anos, presidente da Suzano;
Em setembro de 2020 a publicação “Valor Inovação Brasil” também iniciativa do jornal Valor Econômico, expôs ao País e ao mundo as 10 empresas campeãs em inovação, os 23 destaques empresariais setoriais e 9 reportagens conceituais que retratam o cenário empresarial brasileiro e seu poder de empreender.
As campeãs: Natura, Hospital Albert Einstein, Embraer, Petrobrás, Robert Bosch, Cielo, Whirlpool, WEG, Bradesco, CNH Industrial.
Os destaques empresariais setoriais: Agronegócio; Alimentos, Bebidas, Ingredientes e Tabaco; Automotivo e Veículos de Grande Porte; Bancos; Bens de Capital; Comércio e Vestuário; Construção e Engenharia; Cosmético, Higiene Pessoal e Limpeza Doméstica; Eletroeletrônica; Energia Elétrica; Farmacêuticas e Ciências da Vida; Infraestrutura; Materiais de Construção e de Acabamento; Mineração, Metalurgia e Siderurgia; Petróleo e Gás e Petroquímica; Química, Papel e Celulose; Seguros e Planos de Saúde; Serviços; Serviços Financeiros; Serviços Médicos; Tecnologia da Informação; Telecomunicações; Transportes e Logística.
As Reportagens elucidando a consistência empresarial: Tendências (consumidor quer mais pragmatismo), Pandemia (motor para enfrentar crise), Competências do Futuro (desafio em preparar os times), Financiamento (recursos continuam escassos), Políticas Públicas (mudanças para apoiar as empresas), Executivo Inovador (inovar não é destruir o passado), Critérios (estratégia consistente), Ranking (as 150 empresas mais inovadoras), As mais admiradas (as preferidas na opinião do mercado).
O acervo de recursos humanos e empresariais acima apresentados expressa valores de destaque de excelência que conflitam com as deficiências do País, quanto a mercado e desempenho governamentais. As mais significativas deficiências são a estrutura do Estado brasileiro: caro, ineficiente, inadministrável, concentrador de renda, promotor de instabilidade como a política, econômica, insegurança jurídica, promotor de desigualdade social e econômica, um reflexo direto no baixo nível de escolaridade geral da população, precário atendimento à saúde, à segurança pública, baixo poder aquisitivo, incapaz de prover ocupação laboral para os brasileiros (pequeno mercado interno consumidor).
A angústia que assola quem se importa com os destinos do País, o conflito entre a necessidade de capital externo para investimento com a incapacidade de conquistá-lo.
A concentração de poder político e de poder das finanças públicas no Poder Central contém todos os ingredientes para inibir os poderes subnacionais, que camuflam as irresponsabilidades por eles mesmos praticadas, sem meios de punição e de controle pela população, caindo toda a responsabilidade no governo nacional. Ao final desgastantes e desmoralizantes.
Esta situação foi por nós definida de “ciranda fiscal”: O prefeito na insuficiência de recursos tributários se socorre do governador e do presidente, o governador se socorre do presidente, e este se socorre de títulos públicos; no limite poderá no futuro se socorrer de inflação.
Torna-se uma República ingovernável levando o Estado à total falta de controle de seu custo, de sorte que todas as iniciativas já praticadas de estabelecer controles se frustraram pela ação deliberada ou negligenciada, como LRF, Teto de Gastos, regra de ouro, e outros.
A chave para saída dessa condicionante histórica está no Pacto Federativo e na definição do Federalismo brasileiro.
A construção dessa nova estrutura do Estado é tarefa política. A política é uma arte coletiva da sociedade.
Mesmo com toda competência os talentos premiados, acima relacionados, ficam limitados pelo descompasso entre o Sistema Produtivo e o Político. O primeiro investe e evolui em busca de competitividade enquanto que o segundo se mantem atrasado, custoso, burocrático amarrado a privilégios e mantido à custa de déficits crescentes, acumulando endividamento já próximo de 100% do PIB. A instabilidade política resultante da situação das finanças públicas afeta o Sistema Produtivo e, por consequência, a sociedade como um todo.
Um escape que temos assistido nas últimas décadas é a internacionalização das empresas brasileiras que, na falta de mercado interno, estabelecem-se em outros. Este fato com certeza responde aos anseios das empresas em si, porém o Estado brasileiro continua a ser suportado pela receita tributária deficitária, ou seja, continua crescente o endividamento público. Isto dificulta a superação da POBREZA, do favelamento das populações urbanas, da carência de escolarização da juventude, da fragilidade para o enfrentamento das crises de saúde pública, do elevado custo Brasil, e toda a sorte de desperdícios.
Assim temos a discrepância gritante entre o Sistema Produtivo acima premiado e o Sistema Público, com a desqualificação do Estado, quando comparado com as performances dos países que deveriam ser importadores de nossos produtos. Estes se tornam hospedeiros de filiais de nossa capacidade empresarial, em razão de nossa deficiência em oferecer mercado interno às nossas empresas. Nesse processo as receitas tributárias, os empregos e a evolução tecnológica beneficiam os países que se tornam receptores de nosso potencial empresarial, e também de cérebros que custosamente preparamos.
A Fundação Dom Cabral, em seu Relatório de 2017, mostrou em profundidade sólido estudo desse processo. E no pós pandemia a transformação digital tornará cada vez mais os habitantes do Brasil, em seu todo, fora do processo produtivo de alta resolução e eficiência. Os problemas sociais que já temos se agravarão.
O Sistema Produtivo não deve se acomodar, possibilitando que só aos políticos caiba executar ações políticas, ainda mais sabendo que sua atuação é geradora da receita tributária que suporta financeiramente o Estado. A omissão do Sistema Produtivo, em não se envolver para influenciar as decisões políticas, sufocará a si mesmo, e conduzirá à inviabilidade do Brasil como nação soberana, incapaz de “garantir a paz, debelar a fome, assegurar postos de trabalho e a educação” (Karl Popper).
CONCLUSÃO
Vivemos tempos que nos conduzem forçosamente a essas reflexões, que têm cunho profundo na História do Brasil. A omissão é também uma das decisões; cabe-nos antecipar aos fatos para conduzir o processo que deve ser de nossa responsabilidade e de nossa ambição, enquanto Nação.
A mensagem do ex-presidente Obama nos orienta e estimula: “construam uma comunidade. Ninguém faz coisas grandes sozinhos.”
Os exemplos de outros países podem nos orientar: os EUA em suas decisões como país, na passagem do século XIX para o século XX, que antecedeu a Primeira Guerra Mundial e depois, após a Segunda Grande Guerra , a partir de quando tornaram-se a maior economia do mundo (ver “PAPER”s 68 e 69); a Alemanha, que se estruturou com competência sobre os escombros da derrota na Guerra, tornando-se a potência industrial e econômica de nossos dias; o Japão teve papel não menos importante e brilhante. Todos os fatos decorreram de ação política e estratégica , da qual não podemos nos esquivar. O momento é muito oportuno para que empreendedores brasileiros influenciem politicamente os governantes, e sejam partícipes na formulação da estratégia, que resulte num rumo promissor para a Nação.
A democracia fundada no Estado de Direito e na cidadania não é uma estação de chegada, mas uma maneira de viajar, visando desenvolvimento econômico, político, cultural e social para transformar o Brasil na melhor nação do mundo para se viver bem.
Personalidades autoras de citações nesse “PAPER”:
– Barack H. Obama – ex-presidente dos EUA
– Executivos e empresas premiados