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PAPER 158: Projeto de País (EU SOU BRASIL!!!)

Tema:  “Administração do país Brasil.” – 2

 

“As democracias vão acabar derrotadas pela violência e o crime, se o mau continuar desfraldando com desfaçatez a bandeira dos bons.”

Paulo Delgado, sociólogo, Estadão 08/11/2023.

 

“O mundo só será salvo quando dermos aos bons suficiente maldade para impor aos maus sua bondade.”

Millôr Fernandes

 

Recente lançamento do Livro sob o título “A fé e o fuzil”, com subtítulo “Crime e religião no Brasil do século XXI”, Editora Todavia, o autor Bruno Paes Manso, jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, e também autor de “A guerra: A ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil”, e de “A república das milícias”, traz para o cenário político – não para a pauta dos governantes, pelo menos por ora – informações resultantes de pesquisa  feita por estudioso do tema há décadas, que fora de dúvida devem ser consideradas num Projeto de País.

O autor Bruno Paes Manso foi entrevistado no Programa PROVOCA da TV Cultura/SP em 31/10/2023 às 22:00hs.

“Num país marcado por carências de todos os aspectos, as igrejas evangélicas conquistaram um espaço que o Estado deixou vazio. Muitos pastores abandonaram o púlpito e agora ocupam postos no Congresso Nacional, com influência visível em múltiplos aspectos da sociedade brasileira.”

Citam-se a seguir algumas das muitas perguntas que o Livro procura responder, de um Brasil que ainda não conhecemos em tal profundidade. Dada a importância da questão, com base em informações originadas de pesquisa, não de reportagens superficiais ou de “achismos”, mostra que a criminalidade continua no foco, mas ao lado de uma dimensão ausente nos livros anteriores do autor: a religião.

“De que modo o crime no Brasil se transformou com o crescimento das igrejas evangélicas a partir dos anos 1990? Como trajetórias individuais de criminosos foram afetadas a partir do contato com as novas denominações religiosas? Quais respostas as igrejas evangélicas oferecem que o catolicismo tradicional não oferecia? Como se relacionam o crescimento evangélico e o fluxo migratório para as cidades, decisivo para a compreensão do crime no país? De que modo valores conservadores associados às denominações evangélicas se tornaram centrais para a política brasileira?”

Entendemos tratar-se de potencial transformador ainda não assimilado pela sociedade brasileira,  razão de ser do Estado Democrático de Direito, ou seja, da Democracia Constitucional. A liberdade deve sempre ser ampla, respeitados os limites constitucionais, republicanos e democráticos representativos, com o objetivo de atender a sociedade em suas legítimas aspirações de bons padrões de vida.

No PAPER 155 de 25/09/2023 consta: (…)  “A economia consumista, com apoio na evolução do sistema de crédito, trouxe a possibilidade da ascensão ao conforto para os brasileiros – “possam ou não possam” – alienando-os da crença em suas possibilidades, através do seu esforço e da poupança próprios, para investir, como hábito saudável de geração a geração.

Os ocupantes dos cargos públicos no Brasil  passaram a limitar-se a distribuir os recursos tributários, abdicando do seu papel fundamental e enobrecedor de estimular  a produção, induzindo em escala compatível com a demanda da sociedade e a necessidade de recursos tributários para suportar o custo do Estado e de gerar emprego e renda para os brasileiros. E assim cresce a POBREZA (Estadão, 24/07/2023 p.A3 em Editorial “A fome ainda envergonha o País”.)” (…)

Desta forma, a orientação dos governos foi no sentido de uma economia consumista, com fortes estímulos para o consumo dos produtos originados do sistema produtivo brasileiro e/ou produtos importados, promovida pelo sistema político que não tem tido sucesso para realizar o Desenvolvimento Econômico do País.

De fato, o Desenvolvimento é a única solução sólida e duradoura para que o Estado venha a ocupar os vazios que possivelmente têm estimulado o crescimento do crime, da vida de POBREZA e/ou miséria nas Favelas e nas periferias das cidades.

Estruturas melhores e mais adequadas são muito necessárias para o próprio Estado brasileiro. Aqui ainda não existentes, tais estruturas são de enorme importância para os países desenvolvidos, tais como aquelas que são responsáveis pela formulação de  estratégias para o Desenvolvimento Econômico, e pela concepção de visões de longo prazo para o País.

Concepções estratégicas devem antever ações que tomem por lição “Israel invadiu o Líbano e, em troca, teve o Hezbollah. Israel enfraqueceu a Autoridade Palestina na Cisjordânia, fortalecendo o Hamás. Não sei o que a campanha atual vai produzir no longo prazo. Mas temo que o resultado não seja bom para Israel ou para os palestinos” (Fareed Zakaria, em “As lições da luta contra o terrorismo”, Estadão 04/11/2023).

Por outro lado, a superação das carências mencionadas no Livro “A fé e o fuzil”, terá um efeito virtuoso, pois provocará a transformação do cidadão carente – passivo ou envolvido com crime – em consumidor de poder aquisitivo formal do mercado interno, do que muito precisa a Indústria brasileira.  Em especial a de Transformação, para seu fortalecimento e sua recuperação econômica, pois  os empreendimentos industriais já se encontram instalados, fruto de investimentos financeiros e formação tecnológica e empresarial ao longo do século XX.

Para tanto o Brasil possui um dos mais diversificados parques industriais, oriundos de investimento e empreendedorismo empresarial realizado desde a década de 1930, principalmente pelo marco da CSN, a metalurgia e a mecânica de transformação.

No “status quo” atual o País corre o risco de perder essa capacidade industrial instalada em todo o território nacional, capacidade que os países desenvolvidos preservam, amparam e valorizam, assegurando mercado para suas empresas e gerando tributos e empregos; é o caso dos europeus e dos EUA, principalmente após a pandemia, após o que se constataram os movimentos de realocação de unidades fabris.

A reversão desse risco requer “pé no chão”, estimular e reabilitar milhares de empresários, sacrificados em seus negócios  pelas frequentes e longevas crises políticas, em particular a ainda presente crise iniciada em maio/2014, agravada pela crise sanitária mundial.  Dela resultaram consequências nocivas para o sistema produtivo brasileiro, o ambiente de negócios, a segurança jurídica, o mercado consumidor interno (afetado pela redução do poder aquisitivo) e também os investidores internos e externos.

É inaceitável a conduta condenável das atuais lideranças do País, sejam políticas, empreendedores e também suas consultorias por defender soluções baseadas em “palpites” de organizações externas como FMI, Banco Mundial, OCDE, em detrimento de isentas e reconhecidas competências brasileiras.

O Estadão em 05/11/2023 p.B4 e B5, divulgou que o Sr. Jens Matthias Arnold, chefe do departamento econômico da OCDE está “palpitando” sobre a decisão da reforma tributária então em tramitação no Congresso Nacional. É uma evidente e eficaz ingerência nos negócios do governo do Brasil. Outras ocorrências são comuns, divulgadas pela imprensa escrita.

No que respeita à segurança pública e criminalidade a solução não é a GLO, cujos fracassos históricos têm se prestado a evidenciar a fraqueza do Estado, ao mesmo tempo em que estimula  o “estado informal”, que se fortalece com articulações políticas formais, vale dizer Congresso Nacional, conforme informado pelo livro “A fé e o fuzil”.

A decisão da GLO, para o enfrentamento de força político-social consolidada há décadas, está desprovida de probabilidade de êxito. (ver reportagem do Estadão de 06/11/2023 p.A8 e A9: “Presidentes usam GLO para maquiar incompetência na segurança pública”, com subtítulo “Desde 1992, as Forças Armadas realizaram 146 operações como a que começa hoje; segundo especialistas, decretos aumentaram poder das Forças Armadas na sociedade”.)

Sobre o tema – outro palpite, agora de agentes internos – o artigo divulgado pelo Estadão em 27/10/2023 p. A4 sob o título “União, Estados e municípios pela primeira infância”, cuja integra está disponível no “site” www.conselhobrasilnacao.org, do qual transcrevemos trechos para a finalidade de comentário construtivo e ilustrativo que causa dispersão da opinião pública.

“Fazer junto é melhor do que fazer sozinho. Essa é uma lógica inescapável da política pública num país federativo como o Brasil, marcado por uma enorme desigualdade territorial em termos socioeconômicos, financeiros e de capacidades administrativas dos níveis de governo. É na combinação dos esforços entre as esferas federal e estadual, conjugados para apoiar o município na ponta, que aumenta a possibilidade de viabilizar as políticas públicas em sua mais alta potência.” (…)   (…)  É assim também na primeira infância, fase que vai até os seis anos de vida. Não adianta pensar na criança sozinha. Para ela ser bem cuidada, é importante olhar para todas as pessoas do seu entorno: sua família, a comunidade e os profissionais do sistema de proteção social, nas áreas de educação, saúde e assistência social.” (…)

(…) “… Daí a importância de organizar os serviços públicos para que eles atuem de forma coordenada, tendo a criança e sua família como norte estratégico. E isso só é possível unindo esforços.” (…)   (…) “…Nunca antes foi tão urgente perseguir o ótimo na gestão e estratégia de nossas políticas públicas – e a governança colaborativa é o caminho para isso.”

O dispendioso e ineficiente aparato burocrático do Estado brasileiro, gerado desde a fundação da República – um federalismo monárquico conjugado com Democracia autárquica – aprofundado na era Vargas, com alta centralização política e financeira no poder central e competências constitucionais concorrentes, foi ainda mais aumentado pela recente aprovação da PEC 45 denominada reforma tributária.

Propõem os articulistas acima citados intensificar e ampliar a burocracia e a pretensa possibilidade da educação na primeira infância com a participação do MEC, de Secretarias de Educação. Quanto custa o que propõem? E se não funcionar, sobre quem recairá ônus?

É por tais impropriedades, ineficiências e elevados custos do Estado, que faltam recursos tributários para investir na Indústria, na Infraestrutura, na Educação e Saúde, tendo em vista o Desenvolvimento Econômico. É comum que algumas dessas opiniões se transformem em Projetos de Lei, apresentados aos Legislativos e acabam sendo aprovados. Essa falta de foco, em essência patrocinada pela negligência dos governantes de ocasião, cada vez mais dificulta o objetivo da realização do Desenvolvimento Econômico. Vale dizer que os governados não são orientados pelos governantes, de sorte a obter deles colaboração válida.

As preciosas experiência e êxito do Liceu de Artes e Ofício de São Paulo, sobre a formação técnica de jovens, objeto do Documentário exibido pela TV Cultura em 28/12/2023 às 23:00hs, devem ser estudadas e aproveitadas como solução de alto alcance na Educação para o Desenvolvimento  Econômico do País.

Por isso, é oportuna a fundamentada argumentação em favor da melhor preparação técnica e tecnológica dos recursos humanos, para aplicação no sistema produtivo, exposta em artigo de Cláudio de Moura Castro, M.A., Ph.D, é pesquisador em educação, Estadão de 05/11/2023 p.A6 sob o título “Por que enguiça a formação profissional?” trechos a seguir expostos (a íntegra está disponível no “site” www.conselhobrasilnacao.org):

Todos os países de sucesso oferecem de 30% a 70% do ensino médio em carreiras profissionais. O Brasil mal consegue chegar a 10%. Como nossa produtividade empacou nas últimas décadas, é razoável supor que falhou a nossa força de trabalho, por não ter tido onde aprender seus ofícios.” (…)

(…) “É que buscamos as respostas no lugar errado. O porte anêmico dos cursos técnicos não resulta da perversidade ou da ignorância. E tampouco nos falta competência na área. No setor industrial, nos seus cursos de formação para profissões manuais qualificadas, alunos do Senai já venceram a maior competição internacional para esses ofícios (World Skills), e mais de uma vez.” (…)

(…) “…É generalizada a rejeição aos ofícios manuais. E os diplomas técnicos têm uma imagem algo murcha.” (…)

(…) “Ainda não nos livramos desses preconceitos. O próprio MEC glorifica os diplomas universitários, sugerindo que sucesso é tê-los. Por que os créditos educativos e as bolsas são para os bacharelados, e não para os técnicos e tecnólogos, cujos alunos são mais necessitados? Por que as escolas técnicas federais são frequentadas pelas elites, como vias de acesso aos vestibulares mais competitivos? Por que essas escolas – e mais o Senai e o Senac – querem virar faculdades e desdenham de seus cursos técnicos? A resposta é uma só: tudo isso está perfeitamente em linha com a nossa herança ibérica, com seus valores e normas sociais. Refletem o elitismo herdado do atraso, do escravagismo e do semifeudalismo.” (…)

(…) “A pequenez do nosso ensino profissional não é um complô das elites nem um preconceito sinistro da nossa administração escolar. Quase tudo o que lá acontece está alinhado com os valores da sociedade. Não é que faltem bons resultados econômicos para os graduados. É a simples e sistemática desvalorização social das profissões de ‘pobre’, em contraste com uma exaltação dos ofícios de mãos limpas.” (…)

(…) “No fundo, o conserto destas distorções não virá de leis, campanhas ou investimentos bilionários. O que precisa mudar são os valores da sociedade, pois ela só faz bem o que admira. Apesar de significativa, nossa modernização não foi suficiente para erradicar esses arcaísmos aristocráticos. E pagamos o preço.”

A grande discussão em todos os países, entre governantes, empreendedores e sociedade civil, está voltada para a questão energética, do clima e defesa do meio ambiente, embora pertinente desvia as atenções de estarem, no Brasil focadas na redução até a eliminação da POBREZA; atenção para tais temas nos afasta das questões mais simples a resolver, e muito importantes para a atual economia brasileira, estando mais perto dos cidadãos, “arroz com feijão”, que é nossa indústria de transformação atual.

O petróleo, como combustível reinou por décadas, e agora deve estar se sentindo ameaçado, o que gera natural polêmica, ante os elevados interesses em risco.

O Estadão de 05/11/2023 p.A4, divulgou o artigo sob título “Guerra no petróleo: como fica o Amapá?”, de autoria de Jorge Caldeira, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, que retrata alguns aspectos da polêmica.

A seguir alguns trechos do texto do artigo, cuja íntegra está disponível no “site” www.conselhobrasilnacao.org:

Aqueles que acompanham as discussões mundiais em torno da transição para uma economia de carbono neutro estão assistindo a uma verdadeira guerra, sobre as avaliações do futuro do mercado de combustíveis fósseis. Aquilo que vinha sendo o exercício de estudos econômicos, em ambiente de estabilidade técnica, se transformou em conflito de gigantes.

Em setembro, Fatih Birol, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a referência mundial do setor, deu uma entrevista afirmando que o pico do consumo de combustíveis fósseis estava se aproximando. Sugeriu, também, que analistas de investimentos olhassem com mais cuidado os projetos do setor, em razão da falta de perspectivas da demanda.” (…)   (…) “… A reação dos participantes foi muitos tons acima do normal. O secretário-geral da Opep, Haitham al-Ghais, rebateu em tom de guerra: “A IEA é dirigida ideologicamente e está tentando desestabilizar a economia mundial. Essas narrativas podem levar a uma falência generalizada no setor de energia, criar o caos numa escala sem precedentes, com consequências dramáticas para as economias de todos os países e a vida de bilhões de pessoas”.” (…)

(…) “…Em outubro a IEA publicou seu relatório anual sobre o mercado de petróleo. A projeção mais importante era a de que o rápido crescimento de fontes alternativas, especialmente no setor de transportes (com os carros elétricos à frente, mas não apenas), permitia projetar um pico do consumo para o período entre 2026 e 2028. A partir daí, viria o declínio.” (…)

(…) “A reação da Opep foi imediata. Dias depois, publicou suas próprias projeções. O suposto principal é o de um crescimento firme do consumo, ao menos até 2045. O dado mais surpreendente do estudo era o de apontar um crescimento de 6 milhões de barris por dia neste ano, em relação às próprias projeções da entidade de um ano atrás.” (…)

(…) “… Enquanto a Opep prevê um consumo de 116 milhões de barris/dia em 2045, a IEA afirma um consumo de 54,8 milhões de barris/dia em 2050.” (…)

(…) “Mesmo com a alta de preços provocada pela guerra na Ucrânia, o setor de petróleo não recebia uma avaliação positiva dos grandes financiadores de projetos. Em maio deste ano, o maior deles na Europa, o BNP Paribas, já havia anunciado publicamente que estava deixando de financiar projetos no setor. Mais ainda, afirmou que iria reduzir sua exposição ao setor em nada menos que 80% até o fim desta década.” (…)

(…) “Como outros bancos europeus estão seguindo o mesmo caminho, embora mais discretamente, o financiamento do setor de petróleo está a caminho de se tornar basicamente em negócio dos países produtores – com os EUA, o maior produtor mundial, à frente.” (…)

(…) “É este o fantasma acordado pelo relatório da IEA – e descrito graficamente pelo secretário-geral da Opep. Um setor que já vinha encontrando dificuldades para financiar novos projetos começou uma guerra de números e projeções, sem conseguir evitar o essencial: confirmar que o monopólio na matriz energética mundial está sob risco – e, com ele, a estrutura cartelizada do negócio.”… (…)

(…) “Este é o cenário mundial do momento em que a Petrobras apresenta um projeto de expansão no setor. Já perdeu seu maior financiador internacional, o BNP Paribas. Mas é empresa que sempre pode safar seus prejuízos de negócios com apoio do maior acionista. Desse modo, ainda tem chances. Mas terá resultados, num tempo em que as projeções de mercado se tornaram quase loteria”

Em meio ao cenário de fatores internos e externos, destaca-se a ocorrência da crise financeira geral de 2008, originada nos EUA, episódio previsto pelo economista ítalo-iraniano-americano Nouriel Roubini, professor emérito da Stern School of Business da Universidade de Nova York, àquela época apelidado de “Dr. Catástrofe”. E a crise veio. Hoje, sem aquele conceito que dele tinham os economistas, Nouriel Roubini lança o livro “Mega-ameaças: Dez perigosas tendências que ameaçam nosso futuro e como sobreviver a elas” (Editora Planeta). Agora seus avisos são recebidos com naturalidade.

“A obra elenca dez perigos econômicos, financeiros, geopolíticos, demográficos, tecnológicos, militares e sanitários que, interconectados, podem levar a humanidade à catástrofe. Das dívidas públicas e privadas à guerra convencional, são riscos concretos de formar uma bola de neve que comprometeria o mundo como o conhecemos. As mega-ameaças se somam a termos como ‘policrise’, ‘permacrise’ e ‘confluência’, que se tornaram habituais na imprensa global”.

O jornal Valor Econômico de 20/10/2023 divulgou a entrevista “A era das mega-ameças globais” concedida pelo economista Nouriel Roubini.

 

CONCLUSÃO

 

Diante da exposição dos argumentos contidos na íntegra deste PAPER 158 disponível no “site” www.conselhobrasilnacao.org, estamos preparados para enfrentar as ameaças que decorrem da POBREZA e do atraso? As ameaças dos interesses externos que são divergentes e/ou competidores conjugados com crises no contexto da geopolítica? A preparação requer estruturas competentes de estrategistas, pesquisadores de temas futurológicos, estadistas, para proteger o Brasil e também dar-lhe protagonismo exitoso. Ou, por inércia acomodatícia lastreando privilégios pessoais e corporativos, acabaremos por confirmar Osvaldo Aranha, em 1947?: “O Brasil, se quiser sobreviver, não poderá cruzar os braços, indolente e resignado, esperando dos céus aquilo que não sabe criar em suas próprias terras”. Ou ainda uma expressão atribuída a Vargas: “Vamos deixar como está para se ver como fica!”

Crises ocorrem em todos os países, todas as sociedades humanas. O país mais preparado resolve melhor o problema; a crise financeira mundial de 2008 afetou todos os países desenvolvidos, onde existia dinheiro, no entanto o Brasil não estava preparado para dela tirar proveito, na geopolítica, mesmo não tendo sido afetado por ela, por não ter tido dinheiro para estar nela envolvido, como investidor.

Na geopolítica não tem ninguém parado. O Brasil, como país, não pode optar por continuar na contemplação passiva e acomodada. O que nossos estrategistas têm a nos informar, se eles existem estruturados para tal fim, sob a égide de um Plano Estratégico de Desenvolvimento, com a finalidade de assessorar e muitas vezes orientar nossos governantes em suas decisões?

Sobre o tema uma das poucas contribuições com linguagem de estrategista tem vindo do Embaixador Rubens Barbosa, pelo que consta não aproveitadas (ver artigo Estadão de 26/12/2023 p.A5, “Integração física sul-americana”).

Qualquer propósito de identificar uma questão e solucioná-la com seriedade e ser consequente, sempre se depara com a imperiosidade do  enfoque no Desenvolvimento Econômico para criar dinheiro (riqueza); sem dinheiro, nada pode ser empreendido – que seja Desenvolvimento Econômico para tornar o Brasil a melhor Nação do mundo para se viver bem.

Nosso Desenvolvimento tem sofrido com a frequência de crises – quase um regime de crises –, razão para prestarmos mais atenção a esse fato, e dar solução: planejamento estratégico e evitar crises, políticas, principalmente, por antecipação, antes que se tornem insuperáveis, e assim causar prejuízo para a economia. As crises afetam diretamente o sistema produtivo, e com isso as próprias receitas tributárias, além dos empregos – elucida bem a ainda presente crise desde maio/2014 – afeta portanto a população. Nelson Rodrigues: “Subdesenvolvimento não se improvisa, é obra de séculos.”

A propósito de crises foi oportuno o artigo exclusivo do cientista político Bolívar Lamounier para o Estadão, divulgado em 31/12/2023 p.C8, sob o título “Quantos desastres cabem em duas décadas?” (disponível no “site” www.conselhobrasilnacao.org).

No futebol já fomos os melhores! Por que perdemos o “status”, mesmo sendo o maior exportador de “craques”? No “Agro” estamos brilhando, até quando, mesmo cientes de que ele sozinho não produz as receitas tributárias necessárias para o gigantesco salto em investimentos produtivos que o País precisa dar?

O investimento público decidido, com base em um Plano Estratégico de Desenvolvimento de médio e longo prazo, é condição essencial para atrair o investidor privado, interno e externo. Sem o investimento público, não haverá investimento privado.

Os recursos financeiros para o investimento público terão de ser o saldo da Receita Tributária menos as Despesas do Estado, o que impõe reduzir o custo do Estado e elevar o patamar do PIB. São condições para superar o atual e histórico estágio da economia brasileira. É o fundamento para o Desenvolvimento, acolhidos os quatro requisitos expostos no artigo “Saudades do marechal”, de autoria de Bolívar Lamounier, Estadão 04/11/2023, p.A4, íntegra disponível no “site” www.conselhobrasilnacao.org, como também o PAPER 35 DE 15/01/2019.

A reação habitual das pessoas, quando se trata desses temas, é “torcerem o nariz”, porque consideram que “isto não é para nós”. É o complexo de “Vira Lata”? São contra o Desenvolvimento? Contenta-nos que a nossa melhor Universidade se classifique entre as 100 melhores do mundo; por que não estarmos entre as 10 melhores?

A postura de romper com o “status quo” para promover o Desenvolvimento é inadiável, impostergável, e tornou-se revolucionária! Preferiram o atraso com a autodenominada recém aprovada reforma tributária que conduzirá o Brasil a retroceder ao Estado Unitário da época do Império encerrado formalmente em 1891; a República havia optado pelo  Federalismo – agora assassinado – a confirmar Shakespeare,  “Desgraçados dos tempos em que doidos guiam cegos”.

Seguem-se alguns documentos citados neste PAPER 158, quais sejam:

  • Livro: “A fé e o fuzil”;
  • Artigos:

2.a) “União, Estados e municípios pela primeira infância”;

2.b) “Por que enguiça a formação profissional”;

2.c) “Guerra no petróleo: como fica o Amapá?”;

2.d) “A era das mega-ameaças”;

  • Quantos desastres cabem em duas décadas?”

 

A democracia fundada no Estado de Direito e na cidadania não é uma estação de chegada, mas uma maneira de viajar, visando ao desenvolvimento econômico, político, cultural e social para tornar o Brasil a melhor nação do mundo para se viver bem.

 

 

NOTA1: Respondendo ao questionamento “posso encaminhar ou recomendar PAPERs e PropostA”? SIM, inclusive nos enviando seus comentários.

NOTA2: A instituição e divulgação via PAPERs e PropostA trata de temas de interesse público. Você tem retransmitido para seus contatos? É forma importante, eficaz e eficiente, de participação no conceito de Comunidade, para fazer o bem comum, no exercício da cidadania.

NOTA3: O texto PAPER se propõe a estudo de profundidade, referenciado em doutrinas e experiências históricas, não em “achismo”, razão de não ser obrigatoriamente sintético, destinado a inteligentes e decididos por ações transformadoras da realidade brasileira.

 

Para acessar documentos o procedimento é o seguinte: primeiro, acessar o Blog www.conselhobrasilnacao.org; segundo, após o que, das três possibilidades acesse o campo Artigo, digitando o nome completo do artigo de seu interesse; terceiro, caso você queira acessar qualquer paper basta digitar PAPER ( sem aspas, espaço), seguido do número dele; quarto, caso você queira acessar manifestos é suficiente digitar MANIFESTO seguido do número dele (de 1 a 5), ou também você pode ainda acessar o Anteprojeto de Constituição Brasil-Nação do Conselho Brasil-Nação, apresentado ao Congresso Nacional em 1993 (Revisão Constitucional), mencionado em diversos PAPERs.

 

Personalidades autoras de artigos e citações neste PAPER:

– Bolivar Lamounier, sociólogo e cientista político

– Bruno Paes Manso, jornalista, criminólogo, pesquisador e escritor ( PUC/SP)

– Claudio de Moura Castro, economista (UFMG) mestre pelas Universidades Yale e Vanderbilt

– Fareed Zakaria, escritor e jornalista indiano-americano

– Fatih Birol, economista turco

– Getúlio Dorneles Vargas, militar, advogado, político, líder da Revolução de 1930, ex-Presidente do Brasil

– Haitham al-Ghais , Secretário-geral da OPEC-Organização dos Países Exportadores de Petróleo

– Jens Mathiao Arnold,   economista, OECD ( PhD , em Economia, Bocconi University, Milan)

– Jorge Caldeira, escritor, doutor em Ciência Política, mestre em Sociologia ( USP/SP)

– Michel de Montaigne, filósofo e escritor francês

– Millôr Fernandes ( Milton Viola Fernandes), desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista

– Nouriel Roubini, economista americano, de origem judaico-iraniana, presidente do Grupo RGE Monitor, especializado em análise financeira

– Osvaldo Aranha, político, diplomata e advogado, ex-Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, ex-Presidente da Assembléia Geral das Nações Unidas

– Paulo Gabriel Godinho Delgado, professor, cientista, político e sociólogo, foi deputado federal

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