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Auxílio amplia a renda de 52 milhões

Estados do Norte e Nordeste têm maior proporção de domicílios onde pelo menos um dos moradores recebe algum benefício, diz IBGE

O Estado de S. Paulo – 21 Aug 2020 – Daniela Amorim / RIO

Mais da metade da população brasileira já vive em lares beneficiados por algum tipo de auxílio financeiro relacionado à pandemia. No mês de julho, entre os 211,041 milhões de habitantes do País, 107 milhões moravam em domicílios em que ao menos uma pessoa da família recebia uma ajuda emergencial do governo.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, divulgados pelo IBGE.

O auxílio elevou a renda de mais de 18 milhões de brasileiros que viviam na miséria: o rendimento médio domiciliar per capita sem o auxílio foi de apenas R$ 11 mensais em julho, passando a R$ 294,79 graças ao recurso proveniente do socorro emergencial, embora ainda menos de R$ 10 diários.

Outros 18 milhões que viveriam com uma renda média domiciliar per capita de R$ 177,39 mensais conseguiram aumentar o ganho a R$ 402,85, graças ao auxílio emergencial. Na terceira faixa mais pobre, cerca de 16 milhões de pessoas que recebiam uma média de R$ 324,64 por mês por pessoa da família, pouco mais de R$ 10 diários, as famílias tiveram a renda elevada a R$ 511,92 mensais com o auxílio.

Faixas. Essas três faixas de renda mais baixa concentraram quase metade (49,1%) da população brasileira que vive em lares beneficiados pelo socorro emergencial, mais de 52 milhões de pessoas. No entanto, outros 10,6 milhões de cidadãos desse estrato de renda mais baixa ainda não residem em lares assistidos pelo auxílio emergencial.

“Todas as unidades da Federação registraram aumento de porcentual de domicílios que receberam auxílio”, disse Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os Estados do Norte e Nordeste tinham as maiores proporções de domicílios onde pelo menos um dos moradores era beneficiário de algum programa de auxílio emergencial. Os cinco Estados com maior proporção de lares atendidos foram Amapá (68,8%), Maranhão (65,8%), Pará (64,5%), Alagoas (62,8%) e Amazonas (62,6%). Todos os demais Estados do Nordeste e Norte tinham mais da metade das famílias assistidas pelo auxílio emergencial, exceto Rondônia, em que 48,5% dos lares tinham sido contemplados.

Todos os Estados das demais regiões do País ficaram abaixo de 50%, sendo Rio Grande do Sul (29,6%) e Santa Catarina (24,5%) com menos domicílios assistidos, proporcionalmente.

Rendimento médio. O rendimento médio real domiciliar per capita efetivamente recebido em julho foi de R$ 1.271, um aumento de 2,9% em relação aos R$ 1.236 recebidos em junho. No Nordeste, a renda ficou em R$ 899, enquanto no Norte o rendimento foi de R$ 903.

Cerca de 30,2 milhões de domicílios receberam algum tipo de auxílio em função da pandemia em julho, o equivalente a 44,1% do total de domicílios do País. Em junho, 43,0% dos lares estavam contemplados.

O valor médio do benefício – como o auxílio emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda – recebido foi de R$ 896 por domicílio em julho, ante R$ 885 em junho. Na Região Norte, 60,6% dos domicílios receberam o auxílio em julho, e no Nordeste, 59,6%.

A renda média domiciliar per capita dos domicílios onde nenhum dos moradores recebia auxílio do governo concedido em função da pandemia era de R$ 1.760, mais de duas vezes superior ao rendimento médio de R$ 797 das famílias contempladas pelo auxílio.

Num momento de mercado de trabalho precário e queda na renda, aproximadamente quatro milhões de famílias tinham algum integrante que solicitou empréstimo durante a pandemia do novo coronavírus. Aproximadamente 3,3 milhões deles (4,8% das famílias) tiveram a solicitação de crédito atendida, e em outros 762 mil casas o empréstimo não foi concedido.

“A maior parte dos empréstimos foram pedidos em bancos ou financeiras, 75,7%, e 23,6% dos empréstimos solicitados foram com parente ou amigo”, disse Maria Lucia Vieira, do IBGE.

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