Artigos

Grandes shoppings vão suspender aluguel em maio

O Estado de S. Paulo – 29 May 2020

As maiores redes de shopping centers do Brasil – BRMalls, Iguatemi, Multiplan e Aliansce Sonae – decidiram sacrificar o faturamento por mais um mês, diante da crise. As redes vão isentar os lojistas do pagamento do aluguel de maio, cujo boleto será enviado em poucos dias. A definição dessa cobrança ainda estava pendente em alguns lugares e assustava os varejistas, que viram suas vendas irem à lona na quarentena. Todos os 577 shoppings do País foram fechados por determinação de autoridades locais na segunda quinzena de março, após o estouro da pandemia. A reabertura começou pouco a pouco, no fim de abril. Hoje, são 158 centros de compra em funcionamento em 69 cidades, porém com horário reduzido, controle de fluxo de visitantes e vendas 50% abaixo do normal.

» Bom senso. Neste momento, as companhias estão avaliando como ficará a política de cobrança de aluguéis após a reabertura. A ideia é conceder desconto que será reduzido mês a mês, de acordo a evolução das vendas. Ao todo, o setor já isentou ou adiou a cobrança de R$ 3 bilhões de aluguéis, taxas condominiais e outros compromissos, de acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

» Uma lava a outra. A medida pretende evitar a quebradeira generalizada de lojistas e o aumento dos espaços vagos, além de disputas judiciais em torno das cobranças, como na crise de 2014. Dois terços dos varejistas são empresas de pequeno e médio porte, com menos fôlego para atravessar o período de dificuldades. Por outro lado, a medida afeta o bolso das donas de shoppings, cujas fontes de receita são o aluguel de lojas e vagas de estacionamento, zerado desde março.

» Virar o jogo. Entidades do setor de saneamento, tanto prestadores privados como públicos, além de movimento sindicais, tentam reverter a decisão do governo federal que excluiu a área da lista de serviços essenciais.

» Prioridade. Entidades do setor apontam que a retirada fragiliza os serviços de saneamento. A presença na lista, por exemplo, blindaria a prestação da atividade em cidades que restringiram aberturas de negócios e a locomoção de pessoas.

» No Cade. O LSF10, fundo de investimento controlado pela gestora norte-americana Lone Star, e a Natixis New York têm até 8 de junho para apresentar informações ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no caso que analisa a compra do controle da Atvos Agroindustrial, empresa de açúcar e álcool do grupo Odebrecht.

» Descrição. Dentre outras coisas, Natixis e Lone Star terão de informar se de fato realizaram a operação; os nomes das empresas e pessoas envolvidas; a estrutura societária da Atvos antes e depois da operação; e apresentar contratos. Também terão de dizer se o negócio foi notificado ao Cade e, em caso negativo, justificar o motivo.

» Quem é. O Natixis é o agente administrativo dos bancos peruanos que venderam para a Lone Star as ações dadas em garantia a eles pela Odebrecht por obras no Peru. Informado da aquisição após consumada, o grupo contesta a transação em câmara arbitral e considera irrisórios os US$ 5 milhões pagos pela Atvos.

» Sem contato. A pandemia despertou nos consumidores maior interesse por tecnologias de pagamentos por aproximação (NFC, na sigla em inglês), diante das recomendações de segurança e saúde por conta da covid-19. O Santander Brasil vendeu 20 mil meios de pagamentos vestíveis, os chamados wearables, em apenas 45 dias. O banco tem um portfólio que vai de pulseiras, incluindo a versão com a marca Osklen, a fivelas de relógio.

» Empurrão. Para motivar o interesse, o banco cortou o preço dos ‘acessórios’ em 50%. Consumidores atraídos com a pandemia se somam aos 350 mil dispositivos móveis que já estavam nas mãos de clientes do Santander, sem incluir as carteiras digitais como o aplicativo de cartões Way e o Samsung Pay.

» Agora vai. Em todo o mercado, o uso de meios de pagamentos com tecnologia por aproximação, que até então engatinhava no País, ganhou fôlego na pandemia. De janeiro a março, o volume explodiu 456%, para R$ 3,9 bilhões ante um ano, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

ARTIGO361

Print Friendly, PDF & Email

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *