Maioria dos brasileiros rejeita novo mandato para o presidente Lula
Segundo levantamento, 55% dos entrevistados avaliam que petista não merece mais uma chance em 2026; Nordeste diverge
Por Ricardo Corrêa, O Estado de S. Paulo, 13/05/2024
A maioria dos brasileiros avalia que, hoje, pouco antes de completar um ano e meio de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não merece mais uma chance como presidente nas eleições de 2026. De acordo com dados de pesquisa Genial/Quaest, são 55% os que rejeitam um novo mandato para Lula, enquanto 42% acham que o petista merece mais uma chance. Os que não souberam ou não responderam são 3%.
A pesquisa foi realizada com 2.045 eleitores, de forma presencial, entre os dias 2 e 6 de maio. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. “Embora ainda esteja distante, a eleição de 2026 já começa a se desenhar. O presidente Lula terá que ganhar a confiança da maioria do eleitorado para merecer mais uma chance. Os nomes da oposição trabalham para ganhar conhecimento”, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest.
NORDESTE. Segundo o levantamento, a única região em que a maioria do eleitorado defende que Lula tenha nova oportunidade em 2026 é o Nordeste, onde 60% apontaram essa opção e 38% rejeitaram a hipótese.
A situação de Lula é mais difícil no Sudeste, onde os que rejeitam uma nova chance ao petista são 63%. Em contrapartida, 33% defendem que ele merece um novo mandato.
No Sul, são 59% os que também rejeitam uma nova eleição de Lula, enquanto 39% apoiam. No conjunto as regiões Centro-Oeste e Norte têm um total de 58% que defendem que Lula não merece nova chance e 37% que apontam o contrário.
Apesar de Lula ter resultado melhor entre as mulheres, também entre elas 52% rejeitam um novo mandato para o petista (são 59% entre os homens), enquanto são 45% as que apoiam eventual reeleição (38% no eleitorado masculino).
Lula tem maioria de apoio na faixa de renda até 2 salários mínimos (54% a 43%) e na faixa de ensino fundamental (54% a 44%). Por outro lado, tem resultados bem piores na faixa até cinco salários mínimos (66% contrários e 29% favoráveis) e no ensino superior (63% a 32%).
Mesmo entre os eleitores do petista há uma parcela que não quer dar uma nova chance a Lula. Enquanto 74% dos que votaram no presidente no segundo turno defendem outra oportunidade, 23% rejeitam essa hipótese. Naturalmente, a insatisfação é maior entre os eleitores de Bolsonaro. Nesse grupo, 93% acham que Lula não merece nova chance e 6% dizem que merece. Por fim, entre aqueles que votaram em branco, nulo ou não foram votar, 63% rejeitam um novo mandato para Lula e 31% apoiam.
Apesar da rejeição majoritária a um novo mandato, Lula é a figura política com o maior índice de voto entre os personagens testados. Ele poderia receber o voto de 47% dos eleitores, contra 39% do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível, 32% do ministro da Fazenda Fernando Haddad e 33% da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Por outro lado, são 54% os que não votariam em Bolsonaro e 50% os que não depositariam sua confiança em Haddad e Michelle. No caso do presidente, são 49%. Outras figuras, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), de Minas, Romeu Zema (Novo), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União) possuem potenciais de voto e rejeições menores, pois possuem grandes parcelas de desconhecimento no eleitorado. A pesquisa também mediu quem seria, na visão dos entrevistados, a melhor opção para substituir Bolsonaro nas urnas em 2026 como nome da direita.
NOMES. Os mais citados foram Michelle Bolsonaro (28%) e Tarcísio de Freitas (24%). A ex-primeira-dama e Tarcísio, governador de São Paulo, são os dois nomes mais citados como opções para uma substituição a Jair Bolsonaro (PL) em 2026. O ex-presidente está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e tenta reverter a decisão por meio de recursos. Michelle é apontada como melhor opção por 28% dos eleitores brasileiros. Tarcísio aparece com 24%.
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