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PAPER 64: Projeto de País (EU SOU BRASIL!!!)

Tema: “Muitos obstáculos; e quais as soluções? (1)”

 

1 “Relação do Governo com Congresso preocupa”

Embora considerem boas as perspectivas de crescimento de suas empresas em 2020, empresários à frente das 40 maiores companhias do País, e que mensalmente se reúnem na Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham Brasil), temem em relação à capacidade de o presidente Jair Bolsonaro liderar a relação do Planalto com o Congresso. A preocupação apareceu em uma pesquisa realizada pela Amcham, na qual 69% dos empresários identificaram a questão da governabilidade como preocupante. Para 72% dos empresários, a retomada econômica deve prosseguir em 2020, com melhorias nos indicadores de consumo e produção. Outros 25% enxergam um cenário igual a 2019, com possibilidade de evolução dos indicadores só em 2021. As projeções para o crescimento do PIB variam entre 0% e 2%, para 56% dos empresários.”

 

2 “Como ter governos nos quais confiar”

Ruy Altenfelder, advogado, é presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ) e presidente do Conselho Superior de Estudos Avançados da FIESP, assim se expressa em artigo “Sensatez X Insensatez”, Estadão de 20/11/2019, página A2:

“No momento em que no mundo, de maneira geral, assistimos a ações políticas insensatas, achei prudente reler a notável historiadora norte-americana Barbara W. Tuchman, que procurou investigar as razões por que os seres humanos com poder de decisão agem de forma contrária à apontada pela razão. Seu livro A Marcha da Insensatez é de leitura recomendada e obrigatória.” (…)

(…) “A Marcha da Insensatez faz-nos compreender e buscar a espécie de governo em que poderemos confiar. Os fatos se aplicam ao mundo contemporâneo, notadamente ao Brasil, onde a insensatez, em geral, tem prevalecido, tornando-se um obstáculo ao nosso desenvolvimento pleno e sustentado.” (…)

 (…) “É o momento de transformarmos a marcha da insensatez em marcha da sensatez!”

 

3 “Estamos perdendo o passo da nova economia”, que acontece no século XXI.

Opina Anderson Sant’anna, professor da FGV em entrevista ao Estadão de 25/11/2019, página B3, ao ser perguntado:

 

(…) Como o Brasil está se preparando para isso?

Da pior forma possível. Já estamos perdendo o passo da nova economia e, uma vez perdido, não tem o que fazer. Corremos o risco de perder uma janela importante que poderia nos posicionar dentre as economias centrais. Mas não há interesse em enfrentar essa questão e parece que vamos continuar periféricos. Para começar, essa temática não está na agenda de discussão dos grandes empresários. A nossa indústria está voltada para a lógica individual clássica, preocupada em obter mão de obra mais barata para o modelo tradicional de produção, sem se preocupar com a formação de novas competências. 

Falta incentivo público?

Sim, claro, um avião não cai por uma causa só. Aqui há uma responsabilidade dos diferentes atores, há a questão da ausência de política pública. Se pegar os países desenvolvidos, lá existe uma política para a transição para a indústria 4.0. A Alemanha estava quase entrando em uma recessão e a primeira coisa que o governo fez foi investir em tecnologia e inovação. Aqui, a primeira medida que foi tomada foi a de cortar os recursos para ciência, tecnologia e educação.” 

Todos os argumentos acima são razoáveis e aceitáveis; porém, o Brasil precisa é que a população tenha trabalho, ganhe dinheiro para que cada cidadão possa responder por suas obrigações de manter dignamente e instruir seus descendentes em decorrência dos atos sagrados de constituir suas famílias: é a razão primeira da instituição de dirigentes públicos no regime republicano numa nação. Renda que venha da ocupação profissional em todos os níveis (chega de assistencialismo e privilégios).

Os governos do Brasil não têm se mostrado capazes de possibilitar ocupação profissional para os habitantes, nos últimos tempos principalmente.

A propósito o Estadão de 05/01/2020, Página A8 traz análise relevante do colunista J. R. Guzzo sob o título “Sócio-empulhação”.

É com produção que o PIB cresce. Dá para depreender que os “letrados” de gabinete com ar condicionado têm-se ocupado precipuamente de burilar planilhas e publicar artigos jornalísticos em torcida para que o PIB cresça (1 a 2 ou 3% ao ano) quando é necessário que o PIB mude de patamar rapidamente para ser viável vigorar o equilíbrio orçamentário das contas públicas, e assim o País caminhe para integrar o clube dos países sérios. Os empreendedores “têm de entrar nesse jogo”, no qual já há bastante tempo o Estado brasileiro não cabe no PIB.

Ver no Portal www.conselhobrasilnacao.org artigo divulgado pelo Facebook em 2000 da autoria de Stephen Kanitz, administrador de empresas, sob o título “Estamos perdendo 1 trilhão por ano por falta de uma política de Turismo”. Esse artigo reforça o estudo do tema em o Estadão de 05/01/2020, Página A3 em Notas & Informações “Turismo inexpressivo” mostrando que “O Brasil recebeu 6,62 milhões de visitantes estrangeiros em 2018”, enquanto a França “89 milhões de pessoas aproximadamente”, Argentina 6,94, Irã 7,29 e Ucrânia 14,20 milhões de turistas. Trata-se de exportação, em linguagem técnica “Turismo Receptivo”, atividade de Comércio Exterior que ao receber turistas estrangeiros estará exportando nossa imagem de recursos e belezas naturais e culturais, significam oportunidades que têm se perdido por incompetência de enxergar, sejam governantes ou sejam empreendedores.

Essa exportação implica políticas que gerem ambientes de negócios nesse setor capaz de atrair empreendedores, que é quem faz acontecer. O governo federal (governo Temer) divulgou PLANO NACIONAL DE TURISMO 2018/2022 com metas ambiciosas (mas “combinaram com os russos?”, como perguntaria Garrincha!)

Montar uma indústria de turismo em amplitude nacional demanda tempo e tradição de empreendimentos bem-sucedidos. É preciso ‘’combinar com os russos’’ (empreendedores do turismo), que não é trivial. A começar pelo Pacto Federativo; Ministério de Turismo e Embratur, assim como Secretarias Estaduais de Turismo são desvirtuamentos contra a indústria de turismo. Os empreendimentos turísticos são locais, capilarizados em todo o território nacional (hotéis, museus, belezas naturais, musicais, carnaval, práticas religiosas típicas por regiões, e eventos culturais em geral, etc.).

Cabe lembrar que o atual PIB brasileiro é de R$ 6 trilhões aproximadamente, e que R$ 1 trilhão apontado por Kanitz significa 15% de acréscimo ao PIB atual. Essa linguagem é “civilizada”; é para “gente grande”.

A democracia fundada no Estado de Direito e na cidadania não é uma estação de chegada, mas uma maneira de viajar, visando desenvolvimento econômico, político e social para tornar o Brasil o melhor país do mundo para se viver bem.

Fonte: Estadão de 08/12/2019, Pg. B2

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