PAPER 97: Projeto de País (EU SOU BRASIL!!!)
Tema: “Entrevista com o candidato Diogo da Luz.”
“Você tem todo direito de não gostar de política, mas sua vida terá influência e será governada por aqueles que gostam.
Portanto, o castigo dos bons que não fazem política é ser governados pelos maus que a fazem.
O que preocupa não é o grito dos maus, mas sim, o silêncio dos bons.”
Platão
Em 20/07/2019 realizamos o Seminário para discutir e estruturar um Plano Econômico Estratégico para o Brasil.
Diogo da Luz, que conhecemos num evento promovido pelos ex-alunos do ITA em 16/09/2017, acompanhava o jurista e professor Modesto Carvalhosa, o palestrante no encontro.
Desde então Diogo da Luz tem nos prestigiado ao participar de nossas atividades, foi quando soubemos de sua filiação ao Partido Novo, o que não implica conflito de interesse (porque não temos vínculo com qualquer partido. Conselho Brasil-Nação é uma entidade de pessoas, profissionais liberais e empresários.). Nas eleições de 2018, foi candidato a Senador por São Paulo, quando obteve 1,8 milhões de votos, sendo 481 mil na capital.
Agora Diogo da Luz (www.diogodaluz.com.br) é candidato a vereador para Câmara de São Paulo. Propusemos a ele conceder-nos, tendo em vista sua participação no nosso Seminário, uma entrevista para que mais pessoas da Comunidade do Conselho Brasil-Nação pudesse conhecê-lo (acatando a sugestão de Barack Obama de organizar uma comunidade pois sozinho não se consegue fazer grandes coisas, ver “PAPER”94).
A ENTREVISTA
PERGUNTA 1: Por que o paulistano deveria votar em você para esta posição?
RESPOSTA: Porque eu tenho experiência, gosto muito da cidade, estudei a cidade, tenho independência, filhos crescidos e todo tempo para dedicar a São Paulo. E, porque o Partido NOVO não usa dinheiro público.
PERGUNTA 2: Qual seu estado civil, idade dos seus filhos, e o que o levou a decidir ser candidato a vereador nesta altura da sua vida?
RESPOSTA: Tenho 63 anos, sou casado com a Silvia faz 38 anos, tenho três filhos, dois pós-graduados e a caçula que faz mestrado. Sou produtor rural, produtor de café e num certo momento, por uma felicidade, apareceram dois grupos interessados em adquirir meus negócios e foi o momento mais favorável para adquirir liquidez, com a eleição da Dilma e com os imóveis “derretendo”. Dispondo de tempo me convenci que não sairia do País e me filiei ao NOVO. Então decidi que dedicaria dez anos para trabalhar pela cidade.
PERGUNTA 3: Conte-nos quando você falhou. Quais as lições aprendidas?
RESPOSTA: Uma das coisas em que falhei foi numa situação com a Bravo Café, marca da qual sou proprietário. Apesar de ser projeto de nicho a Bravo adquiriu liderança do mercado por bom tempo. Em 2011 tive oportunidade de vender. Eu sempre me orgulhei porque desde 1998 consegui antever espaços no café…quando comecei os restaurantes davam café e depois de alguns anos o faturamento com esse tipo de bebida representava de 2% a 4%. Percebi que era uma coisa de nicho. Mas 2011 começou a mudar o mercado (a lua de mel que o mercado financeiro viveu com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissipou-se na gestão da presidente Dilma Rousseff) para os grandes atuarem no nicho e eu não percebi direito. Poderia ter vendido o negócio num momento de ápice e ter continuado como Executivo. Aprendi a ser mais atencioso com os movimentos do mercado.
Outro ponto foi ter demorado tanto tempo para voltar para aviação. Nunca foi meu grande “ganha pão” mas foi a minha grande paixão. Achava que ia investir muito para uma carreira sem tanto resultado e deixei de lado mais tempo do que deveria eu acho. Pessoalmente teria sido mais feliz. Nesse ponto, a lição é sempre ser feliz.
PERGUNTA 4: Como pode tornar transparente e com boa divulgação os gastos e as prioridades da Prefeitura? Como melhorar o urbanismo dos bairros mais pobres? Qual sua proposta para se ter assistência médica de qualidade para a população?
RESPOSTA: Muita transparência. O que temos hoje é translucidez e não transparência. Os relatórios de despesas dos órgãos demonstram sempre que as despesas ultrapassam 50% dos gastos. Na saúde há dinheiro, mas muito, muito desperdício. É urgente que se faça um cadastro único de todas as pessoas. Um prontuário único no caso da saúde é diferente. A pessoa tem que ter seu prontuário único. Aonde você for tem a agenda centralizada com o seu histórico de vida. Na Suécia evitam-se muitas cirurgias olhando o histórico das pessoas.
A Prefeitura precisa assumir que tem que ter um prazo de 30 dias para atender a demanda. Se não conseguir dar agilidade a esse processo que pague ao médico credenciado para que faça o atendimento e a Prefeitura reembolsa. Acredito também que deva haver mais entrega de serviço para Santa Casa, que está perdida no Brasil e já atendeu mais pessoas por dia do que o Hospital das Clínicas. A Prefeitura precisa resgatar isso. Temos 2200 santas casas com 400 anos de experiência em saúde pública para os paulistanos. A melhor ONG é a Santa Casa.
Para melhorar o urbanismo temos que falar no Plano Diretor, que são muitos, desde 1972. Nova York tem um plano diretor que existe há 200 anos. Aqui muda a cada dez anos e desde que surgiu tem muita restrição.
PERGUNTA 5: Quais serão as suas propostas, como Vereador, para enfrentar os problemas de saneamento básico relativos aos Riachos, Rios e os equipamento de captação de águas pluviais em São Paulo, à luz do recente Marco Regulatório aprovado pelo Congresso Nacional?
RESPOSTA: Eu me arrisco a dizer que o marco regulatório foi uma medida de saúde de extrema importância. Eu preferia menos regulação, mas foi um passo muito grande. Antes só o Estado podia cuidar de esgoto (saneamento é mais do que isso, vale lembrar). Mas só o Estado podia tratar disso.
PERGUNTA 6: Como elevar o nível de escolaridade e qualidade de ensino para a infanto-juventude de São Paulo e evitar evasão escolar, para que tenhamos melhor classificação no PISA?
RESPOSTA: Eu sempre digo que precisamos de mais Brasil e menos Brasília. Descentralizar as decisões, trazer para mais perto do cidadão. E quanto mais perto mais fácil de avaliar os erros. A Prefeitura centralizar as escolas sob comando de um secretário é muita coisa. Você precisa olhar do macro para o micro. O orçamento de São Paulo é de 68 bilhões, 17 bilhões para o ensino, mais 6 bilhões de dotação orçamentária federal, são 23 bilhões de reais que têm que aplicar na educação. Uma conta um pouco mais simplificada identifica dois mil reais por mês por criança. Não é falta de dinheiro. A gente tem desperdício e professor fora da escola. O professor não está na sala de aula, está em outra função. Tem que trazer de volta para a sala. Sobrando recurso você entra na descentralização oferecendo autonomia aos diretores, através das regionais e a população e os pais e os empreendedores, futuros empregadores devem fiscalizar e cobrar a qualidade. Toda centralização de recurso atrai malversação de recurso. E, isso deve ser feito em todos os setores da Prefeitura.
Um exemplo é a merenda de bairro. Por que a compra centralizada de merenda? Se você for na merendeira que mora no bairro terá comida melhor, porque ela é tia ou avó e tem interesse em cuidar bem e vai ser cobrada com mais facilidade. Isso tem que ser feito com tudo. Quando centraliza isso não acontece.
PERGUNTA 7: Por ordem de prioridade, quais os três projetos mais importantes que você pretende apresentar em seu mandato?
RESPOSTA: Descentralização: tem que levar mais poder de decisão para a população. Tem que trazer a população para participar. Tem que trazer população para participar com ideias, experiência, voluntariado e filantropia, isso reduz o custo para a Prefeitura.
Segundo ponto: promover extinguaço. Extinguir tudo o que é desnecessário, órgão e regras. Serviço funerário? O serviço funerário é deficitário. Acaba com monopólio, espera a concorrência e extingue o serviço funerário. Teatro Municipal tem que ser transferido para filantropia. O Teatro custa por ano 200 milhões. É lindo, mas não é função da Prefeitura. Sempre vai ter reclamação porque vamos quebrar castelinhos, mas a população tem carência mais importante.
Terceiro ponto: é extinguir o TCU. Só aí são 300 milhões que a Câmara “derrete”. Autódromo não pode ser da Prefeitura. SPCine… muitas pessoas nem sabem que existe. Foi criado com intuito de levar cinema para as escolas dos bairros…é mais fácil dar ingresso para criança e combinar com a casa de cinema do shopping. No SPCine são 50 milhões por ano.
PERGUNTA 8: Como reativar as atividades culturais na cidade de São Paulo no pós pandemia?
RESPOSTA: Saindo de cena. Assim que a Prefeitura sair de cena e parar de concorrer com empreendedores culturais…a fizeram o “tanque” do Anhangabaú. Tem que dar liberdade, muitos empresários querem bancar os eventos culturais, mas a Prefeitura promove essa concorrência desleal.
PERGUNTA 9: Qual sua visão, como candidato a Vereador, da estrutura do Estado brasileiro para superar nossas dificuldades? Como enxugar a máquina pública dos três Poderes da República? Qual sua opinião da proposta de convocação de uma Assembléia Constituinte exclusiva para a Reforma do Estado?
RESPOSTA: Eu acho muito bom lutar pela nova Constituição, mas jamais outorgar ao Congresso esse papel como foi em 1988 porque eles farão novamente para eles mesmos. Convocar grupos de juristas para apresentarem suas constituições a serem submetidos à apreciação popular em referendos ou plebiscitos. Nós já temos grupos que fizeram isso. A Constituição é complexa e tem que ser assessorada por quem conhece profundamente a lei. O professor e jurista doutor Modesto Carvalhosa tem um projeto pronto e muito bom. O próprio Conselho Brasil-Nação também tem.
PERGUNTA 10: Atualmente um só prefeito da cidade São Paulo para 12 milhões de habitantes é racional? (equivalente à população de Uruguai e Paraguai juntos). Já não é fácil prefeitos bem sucedidos em cidades como Campinas (1,2 milhão de habitantes), Guarulhos (idem), Ribeirão Preto (700 mil) e outros. Qual sua proposta para melhorar a administração municipal?
RESPOSTA: Volto ao primeiro momento: tem que dar mais autonomia para as regionais, a partir daí mudar a geografia e transformar cada uma delas numa cidade integrante da vida metropolitana. Um exemplo é São Caetano que consegue resolver seus problemas. A população participar das decisões do seu bairro e ter acesso às autoridades públicas do seu bairro.
A democracia fundada no Estado de Direito e na cidadania não é uma estação de chegada, mas uma maneira de viajar, visando desenvolvimento econômico, político, cultural e social para transformar o Brasil na melhor nação do mundo para se viver bem.