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Para 77%, democracia funciona mal

Apenas 23% dos brasileiros consideram que a democracia funciona “bem” ou “muito bem” no País, enquanto 77% avaliam que ela funciona “mal” ou “muito mal”. As informações são da pesquisa Democracia sob tensão, apresentada pelo professor Dominique Reynié, do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po), anteontem, na Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.

O estudo teve apoio da ONG Fondapol, liderada por Reynié, pelo Instituto Republicano Internacional (EUA), e pelo think tank República do Amanhã, do Brasil. Os dados foram coletados entre o fim de 2018 e início de 2019. Foram ouvidas 36.395 pessoas em 42 países. A média global é de 51% de satisfação com o sistema democrático.

Considerando todos os países analisados, o estudo mostrou que a insatisfação com o sistema democrático é maior em classes como a de pequenos empresários, funcionários do setor de comércio e serviços, desempregados e operários. A avaliação negativa é mais frequente entre pessoas de 35 a 59 anos e também entre jovens.

Segundo a sondagem, nove em cada dez brasileiros afirmaram desconfiar do governo (93%), do Parlamento (90%) e dos partidos políticos (96%). Já a taxa de confiança no Exército brasileiro foi 70%, e 45% dos entrevistados disseram ser positiva a possibilidade de o Brasil ser governado por um regime militar – a média global foi de 21%.

Entre os assuntos que mais preocupam os brasileiros estão o desemprego (96%), a crise econômica (95%) e a delinquência (94%). Ainda segundo a pesquisa, dos 42 países participantes, o Brasil é o segundo que mais concorda com a afirmação: “Prefiro mais ordem, ainda que resulte em menos liberdade”, com taxa de 73%.

No levantamento, o Brasil registrou, entre todos os países pesquisados, o maior índice de apoio à globalização – 81% afirmaram que a globalização oferece oportunidades. A média global foi de 66%.

Nas perguntas envolvendo religião, 43% dos brasileiros afirmaram confiar em autoridades religiosas. E o País se destacou entre os mais tolerantes quanto a diferenças religiosas (90%) e quanto a questões ligadas à orientação sexual (85%).

Fonte: O Estado de S. Paulo – 14 Dec 2019 – Paulo Beraldo Julia Corrêa

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